domingo, 10 de abril de 2022
sexta-feira, 17 de setembro de 2021
A quem talvez quiser vir
A quem talvez quiser vir
Há mais de 3 anos e um atlântico de distância do lugar e das pessoas onde eu cresci, eu coloquei uma imposição nessa minha nova vida no velho mundo. Todas as pessoas que mais amo e me amam de volta, todas as pessoas que viveram a grande maioria da minha história, essas pessoas só estão acessíveis hoje em dia através da tela do meu celular, o mesmo que estou usando para escrever essa reflexão que gosto de chamar de texto. E essa tela é dura, é fria, muitas vezes carece de sentimento e sempre é insuficiente, mas é essa tela que me conecta a todas essas pessoas, e faz uma ponte oceânica entre minhas histórias passadas e as presentes. Eu agradeço à essa tela, eu usufruo dessa tela, e muito mais do que eu gostaria, muito mais do que depois de mais de 3 anos esteja sendo saudável para mim. E mesmo que em momentos eu me canse dessa polaridade e me afaste um pouco dela (e em contrapartida dessas pessoas) ela é importante e necessária. E partindo dessa realidade foi que eu decidi (mais no gerúndio para ser sincero) impor essa regra da qual vou falar. Eu não vou/posso aceitar mais relações virtuais na minha vida, eu já felicito o aniversário, a formatura 😥 e o feliz Natal, tudo virtualmente. Eu já escrevo demasiadamente elogios embaixo de fotos maravilhosas nas redes sociais dessas minhas pessoas do outro lado do oceano. Eu já peço e dou conselhos demais através das vídeo chamadas, já choro e dou risada escutando áudios, então eu não quero, eu não posso ter mais disso na minha vida, porque eu já estou com mais que o suficiente desse tipo de interação. Eu quero desejar feliz aniversário com um abraço, eu quero virar a meia noite do dia 24 partilhando um jantar maravilhoso, quero encontrar alguém na rua e ver o quão bela essa pessoa está e dizer isso olhando nos olhos dela. Quero rir e chorar com alguém sentado em um banco em um parque, quero ver e ser visto com aquela feição cabisbaixa (que todos em algum momentos temos) e ouvir e receber conselhos segurando a mão. Eu não consigo mais me permitir criar mais relações que sejam mais virtuais que factuais, é preciso equilibrar essa balança. Eu sei que a vida é corrida, e que as vidas de aqui já tem seus próprios alicerces, como os meus que ficaram no Brasil, mas para equilibrar essa balança e ter possibilidades de construir meus próprios alicerces desse lado de cá, acredito que eu preciso ser preciso e categórico. Então a quem talvez quiser vir, venha offline...
terça-feira, 8 de junho de 2021
Mundos paralelos
quarta-feira, 11 de março de 2020
História Única.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
As histórias por trás da minha asa
sexta-feira, 11 de outubro de 2019
Unificação do trabalhador e individuo
terça-feira, 28 de maio de 2019
É a escalada
Conheci gente boa, conheci gente nem tão boa assim (mas acredito que isso também é muito momentâneo, e resultado dos NÃO acontecimentos nossos), fiz amizades, briguei, me envolvi, aprendi, ensinei, me mudei, a vida mudou, tive dúvida, medo, raiva, mais dúvidas, insegurança causada pelas dúvidas, tive dívidas (rsrs), mais um pouco de dúvidas. E tive mão, mão amiga. Nossa! Como sou privilegiado! A um oceano de distância a vida ainda me presenteia com tantas pessoas que me ajudaram por esse pequeno caminho aqui já feito. Se não fosse por essa gente, talvez eu estivesse na cidade onde eu estava quando comecei a construir tudo isso. Eu tenho também muitas coisas a reclamar, muitas criticas, como disse vim preparado, mas muita coisa veio de surpresa. E a palavra desse ano em forma de ciclo foi ADAPTAÇÃO. Não é fácil, e eu sinto que nesse 1 ano eu ainda não consegui, mas também sinto que um amigo meu que está aqui há 3 vezes mais que eu também não conseguiu. Então, oq significa adaptar-se? Qual tarefa você tem que cumprir pra poder dizer: "eu estou adaptado"? Será que precisamos ter o mesmo nível profissional que tínhamos quando viemos embora? Ou só a equivalência do salário vale? Será que temos que ter um circulo de amigos tão numerosos quanto? Será que devemos saber de cor quando terá feriado, e oq esse feriado significa? Será que devemos saber falar a língua, as expressões? Será que devemos não sentir mais saudade? Será que adaptar-se significa ou pode significar esquecer ou apagar um pouco quem você é, e fazer de tudo para se sentir parte de algo? Enfim, será que existe esse negócio de se adaptar? Eu não sei, e nem me interessa muito saber nesse momento.
Eu vim atrás de um sonho, uma realização que pode mudar a minha vida e da minha família, um sonho que há uns 5 anos eu persigo, e ainda não consegui. E aí você pode pensar (eu tbm já pensei muito) "putz 5 anos correndo atrás de um objetivo que eu sequer consegui?!? Focaria em outra coisa, mudaria o plano, aceitaria e abriria os olhos para outros caminhos, reconheceria que eu não consegui" - Eu já ouvi isso algumas vezes de terceiros e de mim mesmo. Mas depois de muito refletir eu cheguei a uma conclusão.
Sabe, eu hoje quero muito realizar esse sonho, que me proporcionará muitas coisas, e hoje, me sentiria decepcionado se eu soubesse que não o alcançaria nunca. Mas talvez, o 'eu' de daqui 40 anos, olhando para trás, e vendo que não realizou esse sonho, não se sinta tão mal assim. Afinal, só o fato de correr atrás desse sonho já o fez sair da cidade que o prendia. Morar no lugar que ele mais se sentiu feliz do mundo. Conhecer gente das maiores maravilhosidades possíveis, o motivou a aprender alguns idiomas, o ensinou muita coisa, o deu uma certa experiência, o deu também certas condições financeiras para si e sua família, o levou para o outro lado do oceano, onde ele nunca imaginou que estaria, onde em gerações ele é um dos pioneiros da sua família a fazer. Então, talvez um dia se eu olhar para trás e não puder dizer que realizei esse sonho, eu nem ligue e me orgulhe do caminho que eu construí enquanto o perseguia. Afinal estou escrevendo esse texto conectado num IP de um país em um continente no hemisfério norte (aposto ao que eu estava há um ano atrás), país esse localizado em um bloco econômico de primeiro mundo. É oq digo para todo mundo, é difícil, radical, requer esforço, vontade, preparação e saúde. Mas vale muito a pena.
Parafraseando uma das minhas cantoras preferidas :" Sempre haverá uma outra montanha, eu sempre vou querer movê-la. Sempre será uma batalha difícil, às vezes eu vou ter que perder. Não é sobre o quão rápido chegarei lá. Não é sobre o que está me esperando do outro lado. É a escalada"